Policias e agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro encontraram uma mala cheia de dinheiro na casa de Neilton Mulim, o ex-prefeito de São Gonçalo preso na manhã desta quinta-feira (10), por suspeita de fraude. Na casa da família do político, os agentes apreenderam uma mala cheia de dinheiro. As equipes passaram mais de três horas no local.
O ex-prefeito é acusado de liderar uma organização criminosa que fraudou contratos de manutenção da iluminação pública de São Gonçalo. Ele deixou a unidade policial da Delegacia de Maricá por volta das 14h50, e foi levado para o Instituto Médico Legal.
E, assim que assumiu a pasta, Rangel convocou uma licitação pra iluminação pública. O grupo formado pelo ex-prefeito e pelo ex-secretário e por mais nove pessoas, entre servidores públicos e empresários, é acusado de cometer irregularidades nessa licitação, que foi vencida pela Compillar.
O contrato, de mais de R$ 15 milhões, foi renovado duas vezes, e vigorou até julho desse ano. Além de direcionar a licitação, o grupo político de Mulim também é acusado superfaturar o contrato e ordenar e fazer as despesas sem que nenhuma lei autorizasse os gastos.
Os promotores dizem que o prejuízo pros cofres de São Gonçalo chegou a R$ 40 milhões. Além disso, o serviço da Compillar não foi devidamente prestado. De acordo com a investigação, a empresa dava prioridade à manutenção de alguns lugares, a pedido do ex-prefeito e de vereadores, com objetivos políticos eleitoeiros.
Na semana passada, a equipe de reportagem do RJTV circulou por São Gonçalo e encontrou ruas totalmente às escuras.
O administrador da empresa Compillar, que deveria fazer a manutenção da iluminação pública em toda a cidade de São Gonçalo é Paulo Roberto de Souza Cruz. Hoje, na casa dele, promotores encontraram dinheiro, celulares, relógios, joias, cheques e documentos.
Além de ser acusado de participar da fraude de São Gonçalo, Paulo Roberto também é suspeito de agir junto com políticos e servidores de outros municípios para obter contratos sem os procedimentos necessários.
Segundo os investigadores, Neilton Mulin, Paulo Roberto de Souza Cruz e os outros nove presos na operação apagão vão responder por organização criminosa, fraudes à licitação e despesa não autorizada por lei, como prevê a lei de responsabilidade fiscal.